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tudo o quanto foi escrito,

foi um erro de impressão?

o que está dito, está dito,

são versos sem reversão.

ele anda morrendo sem

que ninguém jamais repare,

depois senta e espera o trem

num banco vazio na gare.

enquanto a vida não vem,

espero o trem na estação,

mas não vem também o trem,

não vem o trem também não.

Narciso na água se vê

e se afoga na vaidade;

assim, sobre o rio Tietê,

mira-se a Modernidade.

morte prematura

nasceu mais um belo dia

sem que tal fosse notório:

em cada rosto se via

a tristeza de um velório.

reticente

a espera venta distante,

e à tarde quase infinito,

no silêncio deste instante

que nada tem a ser dito…

é tanta gente, que não

vemos ninguém pela rua:

no meio da multidão,

cada um vive na sua.

cachorrinho vira-lata,

tristonho por não ter dono,

cabecinha sobre a pata,

com uns olhos de abandono…

quando empina sua pipa,

esvaziando o carretel,

o menino participa

da imensidade do céu.